Primeiros Passos para sua Empresa Antecipar a Reforma Tributária e Ganhar Competitividade
07 NOV 2025
A Reforma Tributária trará mudanças estruturais significativas nos impostos sobre consumo. Um dos principais desafios da implementação do novo modelo tributário será permitir uma transição sem impactos negativos expressivos nos preços finais de bens e serviços. Mas, para isto, as empresas precisarão realizar diversas adaptações para acompanharem as modificações tributárias e manterem sua competitividade.
Abaixo relacionamos algumas das medidas a serem adotadas neste sentido.
1. Entender o cronograma e as mudanças programadas
• A transição da reforma tributária no Brasil inicia se em 2026, com etapas até 2033.
• Isso significa: mesmo que as grandes mudanças ainda estejam por vir, sua empresa já deve se preparar agora para evitar surpresas.
• Comece mapeando quais tributos, regimes ou incentivos vão afetar seu setor, seu modelo de negócio ou sua cadeia de fornecedores.
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2. Fazer um diagnóstico de impacto interno
• Identificar os processos chave da sua empresa que dependem de tributos, regimes fiscais, créditos, fornecedores ou contratos de longa duração.
• Avaliar:
o Quais contratos ou cláusulas podem ter seu custo alterado com a mudança tributária?
o Como sua cadeia de fornecedores será afetada por novos regimes?
o Qual o impacto possível no fluxo de caixa da empresa com mudança de alíquotas, split payment ou prazos de recolhimento?
• Envolver não só as equipes contábil e tributária, mas também outros setores afetados, além de parceiros comerciais, permitindo uma visão empresarial e não apenas técnica.
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3. Revisar processos, sistemas e cadastros – Urgente!
• Verificar se os sistemas de gestão (ERP, fiscal, notas fiscais eletrônicas) estão prontos para adaptação à nova tributação — por exemplo, novos campos para CBS e IBS ou integração de dados fiscais. A partir de 05/01/2026 os documentos fiscais já deverão ser emitidos com o novo layout.
• Se necessário, programar adequação técnica: parametrizações, cadastro de fornecedores e de mercadorias e serviços.
• Padronizar os cadastros e dados necessários para monitorar mudanças: por exemplo — mapeamento de fornecedores, análise de créditos fiscais, apuração de custos tributários.
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4. Ajustar modelos de precificação, contratos e cadeia de valor
• Com a reforma, o custo tributário pode mudar para bens, serviços e insumos, o que pode afetar preços pactuados ou margens.
• Revisar contratos de médio/longo prazo para incluir cláusulas de adaptação: variação de custo tributário, repasse, reequilíbrio econômico financeiro.
• Analisar a cadeia de valor: fornecedores que se tornam mais caros, créditos que que passam a ser passíveis de apropriação ou que deixam de existir. Avaliar em como isso afeta sua competitividade.
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5. Comunicar internamente e preparar a equipe
• Não esperar que só o jurídico ou contábil saiba da reforma: envolver a diretoria, finanças, operação, comercial.
• Treinar a equipe para reconhecer os impactos da reforma na prática — por exemplo: mudança de regime, perda de crédito, variação de custo.
• Montar um plano de comunicação interna: como divulgar atualizações periódicas, que indicadores devem ser acompanhados e que serão os responsáveis por monitorar.
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6. Transformar o risco em vantagem competitiva
• Empresas que se preparam cedo ganham:
o Maior visibilidade para prever custos futuros.
o Capacidade de negociar com fornecedores ou ajustar preços antes dos concorrentes.
o Melhor alinhamento estratégico com os novos regimes tributários e menos vulnerabilidade a surpresas.
• Com estratégias de longo prazo, se o cenário mudar, as empresas que se adaptarem primeiro estarão em vantagem.
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7. Estabelecer um plano de ação imediato
• Definir ações de curto prazo (3 6 meses):
o Fazer diagnóstico completo da empresa.
o Verificar e adaptar sistemas e cadastros.
o Iniciar mapeamento de contratos críticos.
• Definir ações de médio prazo (6 18 meses):
o Ajustar processos, treinar equipe, renegociar contratos se necessário.
o Monitorar as publicações regulatórias da reforma, acompanhar marcos legais.
• Indicar responsáveis internos (direção, finanças, jurídico) e criar checkpoint mensal para revisão do progresso.
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Conclusão
Não espere que tudo esteja definido para agir. Ao invés de ficar apenas reagindo, comece agora com diagnósticos, ajustes, comunicação e estratégia, além de orientação jurídica confiável, e garanta para sua empresa uma enorme vantagem competitiva.